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Hackeando o LiveCD

Hackeando o LiveCD ou como se divertir manipulando a imagem ISO do LiveCD. Note que você também pode criar uma variação do LiveCD usando o Tazlito. Criar as suas próprias imagens ISO bootáveis é fácil e os passos para tal serão descritos cuidadosamente neste documento. A manipulação de uma imagem ISO permite adicionar novos arquivos ou modificar os existentes no LiveCD do SliTaz. A imagem ISO do SliTaz ocupa menos de 30 MB, ao passo que um CD-R ou CD-RW possui cerca de 700 MB, então há muito espaço para expansão. Por exemplo, você pode armazenar suas imagens e até mesmo criar um slideshow live usando o GQview. Hackear a imagem ISO permite modificar os arquivos de configuração do gerenciador de boot, imagens splash (mostradas durante o processo de inicialização) e o próprio GRUB. Pode-se também adicionar o utilitário Memtest86 (usado para testar a memória RAM do sistema). Com as mesmas técnicas é possível modificar o sistema de arquivos - o que requer manipulação extra e um pouco mais de tempo.

Organização e Preparação

Para começar, precisamos definir um local de trabalho, criando diretórios e diversos subdiretórios que irão armazenar diferentes arquivos. O hacking da imagem ISO pode ser feito utilizando-se o próprio SliTaz ou outra distribuição GNU/Linux, como o Debian, Fedora, PCLInuxOS, etc. Se você utiliza o SliTaz como LiveCD (quando pode remover o cd assim que o sistema já foi carregado na memória RAM e assim queimar uma nova ISO) é recomendável usar uma mídia USB para gravar os diretórios de trabalho, caso contrário tudo o que for feito será perdido após o desligamento do sistema. Comece criando um diretório para o hacking na raíz de seu espaço de usuário, ou seja, o diretório /home/slitaz (na versão estável do LiveCD). O uso de /home/slitaz permite o armazenamento de uma imagem ISO original e dá a opção de criar um diretório src/ para o download de possíveis pacotes de fontes. Todos os estágios do hacking pode ser feitos na linha de comando via um terminal X (Xterm) ou em modo console no terminal Linux. Recomendamos que todos os comandos sejam executados pelo usuário root para se evitar problemas relacionados à permissões. Para se tornar root e criar o diretório /home/slitaz/hacked, digite os comandos:

$ su
# mkdir -p /home/slitaz/hacked
(# mkdir -p /home/slitaz/src)
# cd /home/slitaz/hacked

Obtendo o conteúdo da ISO

Agora que você está no diretório de trabalho, deve criar a raíz da ISO modificada e obter os arquivos da ISO original do SliTaz - o kernel Linux (bzImage), o sistema de arquivos comprimido (rootfs.gz) e os arquivos do gerenciador de boot Isolinux. Para a obtenção destes arquivos há duas opções, de um cdrom gravado ou de uma imagem ISO armazenada localmente. Para criar a raíz do seu CD (rootcd) e copiar os arquivos de um cdrom que se encontra em /dev/cdrom montado em /media/cdrom:

# mount -t iso9660 /dev/cdrom /media/cdrom
# mkdir rootcd
# cp -a /media/cdrom/* rootcd

Para montar uma imagem ISO usando loop em um diretório temporário /tmp/loop (usando a imagem slitaz-cooking.iso), criar a raíz do CD (rootcd), copiar todos os arquivos e desmontar a imagem:

# mkdir /tmp/loop
# mount -o loop slitaz-cooking.iso /tmp/loop
# mkdir rootcd
# cp -a /tmp/loop/* rootcd
# umount /tmp/loop

Voilà, todos os arquivos necessário devem estar agora presentes no diretório rootcd. Para ter certeza, você pode listar todos os arquivos recursivamente com o comando ls:

# ls -R rootcd

Adicionando arquivos à ISO

A adição de vários arquivos e diretórios para a imagem ISO consiste simplesmente em copiar os dados para a raíz do cdrom (rootcd/) e gerar uma nova imagem. Os dados devem ser organizados em um ou dois diretórios criados na raíz do CD. Uma vez que a imagem ISO for queimada para um CD-R/CD-RW você pode usar o SliTaz como antes, montado em /media/cdrom e acessar os arquivos com o emelFM2, Clex ou pela linha de comando. Seus dados poderão ser lidos por qualquer sistema GNU/Linux, BSD ou até mesmo… Windows.

Criando diretórios e copiando dados

Para criar e copiar arquivos, você pode começar usando a linha de comando e então continuar por meio de algum programa gráfico como um simples usuário. Nós iremos criar um diretório images/ como usuário root e então vamos mudar as permissões para que todos os usuários tenham acesso de escrita:

# mkdir rootcd/images
# chmod 777 rootcd/images

Agora que o diretório existe e qualquer usuário pode escrever nele, você pode adicionar arquivos no diretório. Quando terminar você pode então gerar uma imagem ISO bootável.

Modificando a configuração do isolinux

A modificação do isolinux permite a criação de entradas customizadas por meio dos parâmetros de pre-boot, por exemplo pode-se adicionar um label que inicializa o SliTaz com as opções lang=en e kmap=en. Pode-se também modificar o design, mudando-se a imagem splash que é mostrada na inicialização. O aplicativo isolinux gerencia o início do gerenciador de boot do LiveCD e é fornecido pelo pacote Syslinux. O arquivo fonte do Syslinux fornece vários aplicativos que são usados para inicializar um sistema GNU/Linux. O binário isolinux.bin controla o carregamento do boot de fato. O gerenciador de boot é simples, rápido e facilmente configurável tanto graficamente quanto usando um editor de texto. A síntaxe do arquivo de configuração isolinux.cfg é fácil de compreender - para adicionar novas entradas apenas copie e cole a partir do arquivo original. Para editar o arquivo usando o leafpad:

# leafpad rootcd/boot/isolinux/isolinux.cfg &

Arquivo de configuração isolinux.cfg

O arquivo isolinux.cfg encontrado na versão padrão do LiveCD do SliTaz inicia com o valor display, que mostra tanto um arquivo de texto quando um arquivo isolinux.msg que se utiliza de 24 caracteres ASCII e uma imagem splash. O valor default define o nome da label iniciada por padrão depois de dado período de tempo (timeout). Timeout é o número de segundos a esperar antes de bootar o sistema, pode-se utilizar o valor “0” para bootar o sistema imediatamente ou um tempo de espera tão longo quanto “80” segundos. O prompt pode ser desativado usando o valor 0, F1, F2, F3 ativarão arquivos de ajuda e F4 mostra um arquivo de texto:

display isolinux.msg default slitaz label slitaz

    kernel /boot/bzImage
    append initrd=/boot/rootfs.gz rw root=/dev/null vga=788

implicit 0 prompt 1 timeout 80 F1 help.txt F2 options.txt F3 isolinux.msg F4 display.txt Exemplo de uma label slitazen na qual pode-se adicionar ao arquivo original opções para configurar diretamente a linguagem do sistema para inglês e usar o layout de teclado UK:

label slitazen

    kernel /boot/bzImage
    append initrd=/boot/rootfs.gz rw root=/dev/null lang=en kmap=en

Uma vez terminadas as modificações no arquivo de configuração, não se esqueça de salvar suas mudanças e gerar uma imagem ISO bootável com o isolinux.

Instalando e usando o Memtest86

O aplicativo memtest86 (92 kb) é uma ferramenta para testar a memória RAM do sistema. Ele faz testes profundos que, se falharem, apontam fortemente para uma falha de hardware. A ferramenta se encontra no diretório boot/ e e pode ser iniciada diretamente digitando-se memtest no prompt do isolinux. Vá até /home/slitaz/src (se o diretório não existir: mkdir -p /home/slitaz/src), faça o download do fonte e descompacte:

# cd /home/slitaz/src # wget http://www.memtest86.com/memtest86-3.3.tar.gz # tar xzf memtest86-3.3.tar.gz Ao descompactar o fonte do pacote memtest86 você encontrará o arquivo README que fornece informações sobre a ferramenta. Agora você pode instalar o aplicativo na raíz do CD de sua imagem ISO hackeada. Baseado na premissa de que seu diretório de trabalho é /home/slitaz/hacked, vamos copiar o binário pré-compilado para o diretório boot/ na raíz do CD:

# cp memtest86-3.3/precomp.bin \

 /home/slitaz/hacked/rootcd/boot/memtest

Agora que o binário está instalado na raíz do CD, podemos adicionar uma entrada para o memtest86 no arquivo de configuração do isolinux e gerar uma imagem ISO bootável. Vá até /home/slitaz/hacked e edite o arquivo isolinux.cfg usando o Leafpad:

# cd /home/slitaz/hacked # leafpad rootcd/boot/isolinux/isolinux.cfg & label memtest

    kernel /boot/memtest

Website oficial do Memtest86

Manipulando o sistema root Live

Mudanças na raíz do sistema Live permitem a você, por exemplo, adicionar novos usuários e senhas, customizar os gráficos ou executar comando automaticamente no momento do boot. As operações necessárias para mudar o sistema de arquivos root são: extrair o sistema de arquivos comprimido rootfs.gz, modificar, reconstruir a imagem e gerar a ISO. Baseado no pressuposto de que você preparou um diretório de trabalho, iremos começar criando um diretório para conter arquivos no sistema modificado. Como o sistema de arquivos comprimido é nomeado rootfs.gz, sugerimos que você utilize um diretório chamado rootfs/ para extrai-lo. Vá até o diretório hacked/, crie o diretório raiz e copie o sistema de arquivos comprimido para rootcd/boot/ (a raíz do cdrom):

# cd /home/slitaz/hacked # mkdir rootfs # cp rootcd/boot/rootfs.gz rootfs Agora que uma cópia do sistema de arquivos comprimido está em seu devido lugar, apenas descomprima com o cpio. Tecnicamente, o rootfs.gz é um arquivo cpio comprimido com lzma ou gzip. É reconhecido pelo kernel Linux como uma imagem initramfs. No momento em que a máquina é iniciada, o kernel é carregado na memória e então descomprime a imagem do sistema e executa os scripts de inicialização.

Para extrair o sistema de arquivos para rootfs/ e deletar a cópia não arquivada (lembre-se que você pode copiar & colar os comando):

# cd rootfs # (zcat rootfs.gz 2>/dev/null || lzma d rootfs.gz -so) | cpio -id # rm rootfs rootfs.gz O sistema está pronto para ser hackeado, você pode listar todos os arquivos na raíz de seu sistema usando o comando ls

Modificando um arquivo

Para manter as coisas simples a ajudar você a entender os princípios, nós vamos mudar um script no intuito de executar alguns comandos automaticamente após o CD inicializar o sistema. O alvo é o arquivo etc/init.d/local.sh, abra-o com seu editor favorito, ou com o Geany:

# geany etc/init.d/local.sh & Iremos adicionar um comando que mostra uma messagem e faz o sistema “dormir” por 4 segundos. Exemplo usando o script referido:

echo “* Hacked SliTaz version booting…” sleep 4 Reconstruindo a imagem do sistema comprimido

Uma vez tendo feito as mudanças, pode-se reconstruir a imagem comprimida de seu sistema usando o find para encontrar os arquivos, cpio para arquivar, lzma e gzip para comprimir e o sinal de “pipe” | para conectar todos os comandos. Isto deve ser feito a partir do sistema de arquivos raiz (rootfs/) e cria um arquivo comprimido rootfs.gz no diretório precedente:

# find . -print | cpio -o -H newc | lzma e -si -so > ../rootfs.gz Ou com o gzip: # find . -print | cpio -o -H newc | gzip -9 > ../rootfs.gz Finalmente copie o arquivo do sistema comprimido para o diretório boot/ na raíz do CD e gere uma imagem ISO bootável com o isolinux. Para copiar o novo rootfs comprimido no diretório de trabalho:

# cd ../ # cp -a rootfs.gz rootcd/boot Gerando uma imagem ISO bootável

O seguinte comando cria uma imagem com o gerenciador de boot isolinux, usando o aplicativo genisoimage com algumas opções. O nome da ISO é especificado no começo, depois da opção -o e o diretório raiz (rootcd) ao final, depois da opção -boot-info-table:

# genisoimage -R -o slitaz-hacked.iso -b boot/isolinux/isolinux.bin \

  1. c boot/isolinux/boot.cat -no-emul-boot -boot-load-size 4 \
  2. V “SliTaz-Hacked” -input-charset iso8859-1 -boot-info-table rootcd

Se você quiser checar o conteúdo da imagem ISO antes de queimá-la num CD, apenas monte a imagem em loop e liste os arquivos. No SliTaz e na maioria das distribuições GNU/Linux, você pode queimar imagens em formato ISO para cd's com o utilitário wodim.

Gere uma nova ISO a partir de um script

Se você quiser testar diversas novas possibilidades e gerar diversas imagens ISO, pode querer também semi-automatizar o processo através de um simples SHell script. Este pequeno script pode ser editado na linha de comando ou graficamente, mas não se esqueça de fazê-lo executável. Você pode criar o script com o cat, note que EOF significa “End Of File” (fim do arquivo). Para criar o script gen_hacked_iso.sh usando duas variáveis para mudar o nome da imagem ISO e o “path” (caminho) para o diretório raíz do cdrom:

# cat > gen_hacked_iso.sh « “EOF” #!/bin/sh # Gera uma nova imagem ISO hackeada. # ISO_NAME=“slitaz-hacked.iso” ROOTCD=“rootcd”

genisoimage -R -o $ISO_NAME -b boot/isolinux/isolinux.bin \

  1. c boot/isolinux/boot.cat -no-emul-boot -boot-load-size 4 \
  2. V “SliTaz-Hacked” -input-charset iso8859-1 -boot-info-table $ROOTCD

EOF Para usar o script, torne-o executável:

# chmod +x gen_hacked_iso.sh # ./gen_hacked_iso.sh

 
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